Monumento dedicado a Maria Felipa

Praça Visconde de Cayru, Comércio
História e Cultura
Monumento em Homenagem a Maria Felipa. Praça Visconde de Cayru. Comércio. Salvador Bahia. Foto Valter Pontes Secom.
Monumento em Homenagem a Maria Felipa. Praça Visconde de Cayru. Comércio. Salvador Bahia. Foto Valter Pontes Secom.

Mais do que um belíssimo ponto turístico, um ato de reparação histórica.

Há apenas alguns anos que uma mulher chamada Maria Felipa passou a ter sua história contada e celebrada como uma das heroínas do povo. Maria Felipa de Oliveira, uma mulher negra, pescadora, marisqueira e ganhadeira, lutou nas batalhas de Independência do Brasil na Ilha de Itaparica (Bahia – BA). Ela teria comandado um grupo de cerca de 40 mulheres para, primeiro, seduzir os portugueses e, depois, atear fogo às embarcações deles. A ela também é atribuída uma famosa surra de cansanção nos soldados portugueses.

Em julho de 2023, a inauguração do monumento em sua homenagem representou o reconhecimento ao exemplo de coragem e de força, uma correção histórica institucional. Uma mulher negra, itaparicana, marisqueira e estrategista de guerra vence mais uma batalha contra o apagamento histórico e passa a ser eternizada como uma das principais heroínas do 2 de julho.

Vá visitar o monumento

De olhos voltados para a Ilha de Itaparica, na Praça Cairu, no Comércio, esse monumento vai se eternizar num dos pontos de maior visitação na cidade, onde milhões de pessoas, do mundo todo, poderão conhecer a história dessa mulher. A obra, de autoria da artista plástica soteropolitana Nádia Taquary, é feita sob a técnica de moldagem em resina e fibra de vidro e mede cerca de 3 metros. O monumento conta com um QR code do projeto Reconectar, que proporciona aos visitantes conhecerem um pouco mais sobre a história daquele personagem histórico a partir de um smartphone.

“Pensei nela enquanto Yabá, uma grande mãe no sentido maior, grande guerreira das lutas sociais. Tem a ver com ancestralidade. Monumentos são símbolos do que uma sociedade valoriza, e, no Brasil, as figuras históricas representadas em sua maioria são de homens, braços e de elite. Monumentalizar personagens como Maria Felipa é fundamental enquanto referência, principalmente numa cidade majoritariamente negra”, declarou Nadia.

Sobre a concepção da obra e a composição dos elementos que compõem o monumento, trazem características de rainha, não só de poder, mas empoderamento. Nos detalhes, adornos, brincos, pente, folha de cansanção, tocha e até um peixe foram alguns dos elementos utilizados pela artista.

A inauguração aconteceu no mês em que é comemorada a Independência do Brasil na Bahia, como também o Julho das Pretas, e na semana em que se comemora a Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha em mais uma ação de reparação histórica da Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).

Conheça mais da história desta heroína no podcast Quem Fez o 2 de Julho: Maria Felipa neste link.

Fotos: Valter Pontes / Secom PMS
Informações retiradas da reportagem de Thiago Souza e Eduardo Santos / Secom PMS
Veja a matéria completa neste link.