Conheça Salvador através dos personagens e monumentos ao 2 de julho

Centro Histórico de Salvador
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Campo Grande. Centro. Foto: Amanda Oliveira.

Locais e monumentos na cidade contam a história dos grandes heróis e heroínas da Independência do Brasil na Bahia

A Independência do Brasil na Bahia celebra a vitória dos brasileiros na guerra travada na então província da Bahia, por mais de 17 meses (de fevereiro de 1822 a 2 de julho de 1823) contra as tropas portuguesas. Com a vitória do Exército e da Marinha do Brasil na Bahia, consolidou-se a separação política do Brasil de Portugal. Em 2023, a data tem um gostinho especial, pois é a comemoração dos 200 anos de Independência.

Confira a programação 2023 neste link.

No dia 2 de julho, o cortejo remonta a passagem do exército pelas ruas, fazendo, teoricamente, o mesmo percurso que os soldados teriam feito ao chegar à cidade, tomando os fortes e se aquartelando nos conventos, igrejas e quartéis.

O Visit Salvador da Bahia listou aqui alguns lugares que você pode visitar o ano todo, onde, além de fazer um passeio turístico, você ainda pode conhecer a história da Independência do Brasil na Bahia e seus personagens.

Panteão de Pirajá

A Batalha de Pirajá é considerada um dos principais choques bélicos da guerra pela Independência do Brasil na Bahia, sendo travada na área de Cabrito-Campinas-Pirajá. Foi lá que os baianos venceram as forças do colonialismo português em 1823. O Panteão de Pirajá, situado no Largo de Pirajá, ou Praça General Labatut, é o local que recebe, todo dia 1º de julho, o Fogo Simbólico vindo do Recôncavo, representando as vilas revolucionárias instaladas na região. Os restos mortais de Pierre Labatut, general francês combatente da Batalha de Pirajá, que preparou as tropas libertadoras que expulsaram os soldados do General Madeira de Melo, encontram-se no panteão da principal praça do bairro.

Largo da Lapinha e Memorial 2 de Julho

Localizado entre os bairros Liberdade e Soledade, o bairro da Lapinha foi fundado em 1771 no entorno da Capela da Lapinha. Desde então, virou sinônimo de tradição. Pelas suas ruas, em 2 de julho de 1823, passou o Exército Pacificador, na conquista de Salvador que marcou a Independência do Brasil na Bahia. O bairro, até hoje, sedia as comemorações do Dois de Julho – a data cívica mais importante do estado.

Lá está o Memorial 2 de Julho, ou Pavilhão 2 de Julho, ou da Independência, construído por iniciativa do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), para guardar os emblemas da festa que celebra a independência: os carros do caboclo e da cabocla. Uma conquista do povo baiano, fundamental no desfecho do processo de independência. A partir de 2023, o espaço ficará aberto o ano todo, com os Caboclos em exposição, assim como trechos da história registrados e disponíveis para os visitantes acessarem, no Pavilhão da Lapinha.

Neste mesmo largo, está o Busto do General Labatut, com 2,80m de altura. O General Pierre Labatut, dito Pedro Labatut, reforçou as tropas brasileiras que sitiavam a capital baiana ocupada pelos portugueses. Saiba mais sobre a história deste bairro neste link.

Praça da Soledade

Próxima ao Largo da Lapinha, está a Praça da Soledade, onde acontece a homenagem aos Heróis da Independência, fazendo uma parada em frente ao Convento da Soledade. O local também é conhecido como Largo da Soledade, que já foi chamado de Praça da Liberdade. No centro da praça, está o monumento à Liberdade, onde atualmente está o monumento à Maria Quitéria.

Maria Quitéria de Jesus, “Soldado Medeiros”, nasceu em Cachoeira em 1792. Ela teria deixado a fazenda do pai ao escutar notícias dos acontecimentos de 25 de junho de 1822 na vila de Cachoeira, Recôncavo baiano. Com roupa masculina, fornecida por seu cunhado, apresentou-se voluntária, alistando-se com o nome de Soldado Medeiros. Maria Quitéria se destacou na defesa da Barra do Paraguaçu, soldada do batalhão Voluntários do Príncipe.

Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana

Maria Quitéria de Jesus Medeiros foi enterrada no Cemitério da Igreja do Santíssimo Sacramento e Sant’Ana, localizada na Ladeira de Santana, em Nazaré, Centro Histórico de Salvador. Além disso, foi nesta igreja que Santa Dulce dos Pobres recebeu o chamado para a sua vocação.

O templo foi concebido no estilo barroco, mas remodelado para o estilo neoclássico ainda no século XIX. Do Barroco, pouco restou: apenas detalhes das escadarias. Saiba mais sobre a história deste bairro neste link.

Convento da Lapa

No dia 19 de fevereiro de 1822, a cidade foi palco de um dos muitos conflitos que precederam a Guerra pela Independência. Os soldados portugueses, das tropas do General Madeira de Melo, tentaram invadir a Igreja e Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, e acabaram por matar a Abadessa Joana Angélica, que tournou-se, assim, a primeira mártir da Independência do Brasil. O capelão do Convento, Daniel Nunes da Silva Lisboa, também morreu durante este ataque.

O local fica em Nazaré, e a avenida em que está localizado o Convento recebeu o seu nome em sua homenagem. O convento é aberto ao público para visitação histórica, e também para missas e bazares de roupas e móveis.

Monumento de Maria Felipa

Considerada heroína das lutas contra o domínio português, o monumento em homenagem a Maria Felipa foi feito pela artista Nádia Taquary, sendo inaugurado em 2023, na Praça Cairu, região do Comércio, durante as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia.

Há apenas alguns anos esta mulher passou a ter sua história contada e celebrada como uma das heroínas do povo. Maria Felipa de Oliveira, uma mulher negra, pescadora, marisqueira e ganhadeira, lutou nas batalhas de Independência do Brasil na Ilha de Itaparica (Bahia – BA). Ela teria comandado um grupo de cerca de 40 mulheres para, primeiro, seduzir os portugueses e, depois, atear fogo às embarcações deles. A ela também é atribuída uma famosa surra de cansanção nos soldados portugueses.

A homenagem para João das Botas

João das Botas foi um marinheiro Português que aderiu à autoridade do príncipe Pedro e, com seu conhecimento, instruiu Cachoeira, Santo Amaro e São Francisco do Conde na armação e comando dos barcos para combater a frota portuguesa, sendo decisivo para a guerra.

Tanto que, entre os meses de janeiro e fevereiro de cada ano, ocorre a Regata João das Botas, evento náutico realizado anualmente desde a década de 1970, sob auspícios da Capitania dos Portos.

Chafariz da Cabocla

No Largo dos Aflitos, no bairro Dois de Julho, está o Chafariz da Cabocla. O tema é uma homenagem da Companhia do Queimado à Independência da Bahia, e serviu de inspiração para o Monumento do Campo Grande, inaugurado em 1895. Foi feito na Itália, em mármore de Carrara, e tem 5,6 metros de altura e circunferência de 4,4 m. No topo, uma alegoria de uma cabocla empunhando lança e pisando uma hidra, que representa o Império Português.

O Monumento foi instalado em 1856 e já transitou entre três outros pontos da cidade: o Largo da Piedade, o Largo Dois de Julho e a antiga Praça dos Reis Católicos, na avenida Centenário. Saiba mais sobre a história deste bairro neste link.

Monumento ao 2 de Julho, no Campo Grande

No centro da praça do Campo Grande, um monumento de 25,86 metros de altura chama a atenção. No topo, a escultura de um índio, com 4,1 metros, armado de lança e arco e flecha, representa a identidade do povo brasileiro que lutou pela Independência. Ele mata um dragão, aos seus pés, que representa a tirania portuguesa. Na parte alta do pedestal figuram, de um lado, a escultura de uma mulher representando a Bahia e, do outro, a escultura de Catharina Paraguaçu, com o lema “Independência ou Morte”, em seu escudo.

Em um patamar médio do pedestal, esculturas representam os rios São Francisco e Paraguaçu. Águias e leões compõem alegorias que representam liberdade e república.

As figuras do caboclo e da cabocla também ocupam o topo dos chafarizes históricos da capital baiana, como o do Terreiro de Jesus, no Pelourinho.