Casa de Oxumarê — um dos mais antigos terreiros da Bahia, aberto à visitação

Religiosidade
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Casa de Oxumarê. Federação. Salvador Bahia. Foto casadeoxumare.com.br

Tradição, Cultura e Resistência em Salvador

Em 2025, Salvador se reafirma como a capital afro-brasileira, um título que ressoa com a história viva de seus terreiros de Candomblé. Entre eles, a Casa de Oxumarê – ou Ilê Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó – se destaca não apenas por sua beleza e ancestralidade, mas por ser um farol de resistência e um ponto de encontro entre o sagrado, a história e a cultura. Para moradores e turistas que buscam uma experiência de fé profunda na Bahia, a visita a este templo é essencial.

Um legado que atravessa séculos

 

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A Casa de Oxumarê é um dos mais antigos terreiros da Bahia. Sua origem remonta à chegada de Manoel Joaquim Ricardo, o Bàbá Tàlábí, entre o final do século XVIII e o início do século XIX, que veio escravizado da cidade de Kpeyin Vedji (Benim) em 1795 e plantou as sementes de um dos mais respeitados centros de culto afro-brasileiro.

O terreiro é dedicado a Òsùmàrè, o Orixá do arco-íris, da renovação e do movimento, que simboliza a união entre o céu e a terra. Essa simbologia de transformação e ciclo de vida é intrínseca à própria história do terreiro, que se adaptou e resistiu ao longo dos anos, promovendo a democracia, os direitos humanos e o respeito inter-religioso.

A Casa Oxumarê em uma das maiores referências para o Movimento Negro e na luta pelos direitos humanos. Desde a fundação em 1836, ainda na Rua das Grades de Ferro, se sucederam na liderança da Casa de Oxumarê oito gerações religiosas compromissadas com os Orixás e com a humanidade, semeando compaixão, dignidade, respeito e benevolência. Hoje, a Casa é conduzida pelo Babá Pecê, que, desde 1991, mantém viva a missão de preservar e difundir a cultura e a religião afro-brasileira.

Desta forma, a casa se transformou em um importante patrimônio cultural e histórico, não apenas dos descendentes, mas da Bahia e do Brasil.  A Casa de Òsùmàrè é reconhecida como Território Cultural Afro-Brasileiro pela Fundação Cultural Palmares (desde 2002), como Patrimônio Material e Imaterial do Estado da Bahia (2004) pelo IPAC-BA e, desde 2013, foi Tombado como Patrimônio Nacional do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Dicas para os visitantes

Ao visitar a Casa de Oxumarê, lembre-se de que você está entrando em um local sagrado e ativo. O respeito é a palavra-chave. Se eu fosse você, colocaria a @casadeoxumare no seu roteiro de Salvador.

Visitas: A Casa de Oxumarê é aberta à visitação de segunda a sábado, em dois turnos: primeiro turno, das 10h às 11h; segundo turno, das 16h às 17h. Esses são horários fixos, mas, a qualquer hora, você pode ir e tentar conhecer a casa. A entrada é gratuita e não é necessário agendar. Os visitantes são acompanhados aos espaços comuns e sagrados, e uma pessoa do Ilê enriquece a experiência com informações detalhadas.

Visitar a Casa de Oxumarê é uma aula de história, um centro de fé e um símbolo vibrante da resistência cultural que define Salvador. Não deixe de incluir este santuário em seu roteiro por Salvador.

Serviço

Casa de Oxumarê – Ilê Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó
Endereço: Av. Vasco da Gama, 343 – Federação
Instagram: @casadeoxumare
Telefones: (71) 3237-2859 / (71) 3331-0922 / (71) 99156-2707
E-mail para informações gerais: secretaria@casadeoxumare.com.br
E-mail para marcar visitas orientadas: religioso@casadeoxumare.com.br
YouTube: www.youtube.com/user/casadeoxumare
Facebook: www.facebook.com/casadeoxumare