Seis filmes para você fazer uma imersão em Salvador e sua cultura
Referências do audiovisual baiano indicam obras no Dia do Cinema Brasileiro
Ladeiras, pontos turísticos, a religiosidade, costumes, festas e, principalmente, o jeito de ser e a alegria do soteropolitano já foram inspiração e cenário para produções audiovisuais. Para marcar o Dia do Cinema Brasileiro, comemorado em 19 de junho, o Salvador Capital Afro conversou com o cineasta Antônio Olavo, a diretora e produtora Thamires Vieira e a diretora de produção Dayane Sena, que indicaram obras para quem deseja realizar uma imersão no jeito de ser do soteropolitano.
Compromisso com a memória e visibilidade
O cineasta Antônio Olavo assina cinco filmes documentários de longa metragem, dentre outros produtos, e tem sua trajetória marcada por trabalhos de valorização, preservação e memória da negritude. Contar a história do povo negro é compromisso com um povo que ainda, segundo o cineasta, não tem produção digna e positiva para representar esse legado.
O primeiro é 1798: Revolta dos Búzios, assinado pelo cineasta, sobre o movimento conspiratório realizado por negros que queriam o fim da escravidão a partir da derrubada do governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática. O movimento recebeu, também, os nomes Revolução dos Alfaiates e Conjuração Baiana. A produção de 2018 é a primeira e única sobre o tema. Veja mais no link.
De 2017, Travessias Negras, também dirigido pelo cineasta Antônio Olavo, narra a história de vida de estudantes negros que entraram na Universidade Federal da Bahia pelo sistema de cotas, adotado pela instituição desde 2005. Na série documental, com cinco episódios, os estudantes dos cursos de letras, comunicação, direito e medicina compartilham a rotina universitária, a socialização e abordam outras temáticas. Veja mais neste link.
Dia a dia da periferia
A diretora e produtora Thamires Vieira tem em sua trajetória trabalhos como Café com Canela (2017), Ilha (2018) e os curtas As Melhores Noites de Veroni e Ilhas de Calor e está finalizando um filme sobre as mulheres do Bando de Teatro Olodum. Para ela, vale investir tempo em trabalhos como:
O dia que ele decidiu sair tem assinatura no argumento e na direção. O Subúrbio Ferroviário de Salvador é o cenário para abordar um período de crise de idade de um idoso e sua relação com o lugar onde nasceu e o dia a dia da periferia e sua população. Veja neste link.
5 Fitas, de Heraldo de Deus e Vilma Carla Martins, conta a história de dois irmãos (Pedro e Gabriel) que fogem de casa para se aventurar pela cidade durante a tradicional Lavagem do Bonfim, em um enredo que, além da religiosidade, aborda a importância da família no contexto da baianidade. Veja neste link.
Arte e identidade
A diretora de produção Dayane Sena, com experiência de mais de 20 anos no mercado cultural, principalmente na música e no audiovisual, além da consultoria de projetos culturais; em audiovisual, participa com consultoria de projetos, direção, direção de produção e produção executiva. Com foco mais voltado para a questão cultural, as indicações dela são:
O curta-metragem documentário “É d’Oxum: a força que mora n’água” é dirigido por Dayane e fala sobre a música de Gerônimo Santana e Vevé Calasans. A obra reúne artistas e anônimos, que contam sua relação com o clássico que traduz a relação do soteropolitano com a magia que paira na identidade de quem nasce na capital baiana, na sua ancestralidade, diversidade, afirmação, beleza, autoestima e na memória afetiva do jeito baiano de ser e de festejar. Veja mais no link.
Seguindo a linha da associação de identidade e música, o documentário “Samba Junino – De Porta em Porta”, com direção e roteiro de Fabíola Aquino e Dayane Sena, é mais um forte exemplo. A mobilização de resistência e luta da cultura negra, Patrimônio Cultural e Imaterial de Salvador, é contada pelo movimento iniciado no final da década de 1970 e pelo ritmo que formou diversos artistas e que tomou forma com os sambões e arrastões que percorriam as ruas da cidade no período. Veja mais no link.