Entre realidade e ficção, KAIALA conta a história de uma menina de 10 anos, iniciada no candomblé de tradição angola, que foi assassinada em um ato de intolerância religiosa, quando seu terreiro foi invadido por um grupo de evangélicos que quer por fim aos cultos de matriz africana.
Na narrativa, o ator Sulivã Bispo se divide em três personagens: um irmão de santo da menina, a avó dela que também é sua ialorixá e a evangélica que lidera a invasão e é responsável pelo assassinato. Essas três visões auxiliam na construção do relato que é fragmentado em flashs e o público vai conhecendo um pouco da religião e da resistência do povo negro.
A trama é costurada pela função de cada personagem que conduz o discurso como a avó que traz o contexto religioso, sem esquecer a questão de gênero, e a evangélica que representa o preconceito e suas formas de expressão.
Dentro da tradição bantu, Kaiala tem as águas como seu domínio. Kaiala é um alerta do que não pode mais acontecer. É a grande força maternal, que cuida das cabeças e vem passar essa mensagem. Ela traz para a dramaturgia a visão de divindade de maneira muito bela e singela e faz um paralelo com esse momento tão triste que estamos vivendo de intolerância religiosa no país.
Serviço:
KAIALA – um solo de Sulivã Bispo
Dias 6 e 7 de novembro de 2025
Centro Cultural SESI Casa Branca, Salvador – BA
Ingressos SYMPLA.