Temporada de observação de baleias em Salvador 2025

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Temporada de observação de baleias em Salvador 2025. Salto no Farol da Barra. Salvador Bahia. Foto Projeto Baleia Jubarte/ Hanna Dourado.

Turismo de observação de “Baleias Urbanas”

A passagem das baleias pela Baía de Todos-os-Santos, a segunda maior baía navegável do mundo, acontece de julho a outubro. Nesse período, as fêmeas saem da Antártica à procura de águas mais quentes e calmas para ter os seus filhotes, amamentá-los e realizar os seus rituais de acasalamento.

De acordo com a projeção do Projeto Baleia Jubarte, organização que monitora a população desses animais no Brasil há mais de 30 anos, a expectativa é que, em 2025, aproximadamente 35 mil cetáceos apareçam nos mares brasileiros. Entre 14 de julho e 2 de setembro, foram registrados 1.137 avistamentos de baleias, número que já supera os dois anos anteriores: em 2024, foram contabilizados 1.012 avistamentos, e em 2023, 843 animais passaram pela costa soteropolitana.

Localização privilegiada para avistamento

Quem está em Salvador pode acompanhar parte do trabalho do Projeto Baleia Jubarte. É possível fazer turismo de observação de baleias na capital baiana, a expectativa é de mais de mil avistagens por aqui, a partir do ponto fixo instalado no Farol da Barra.

Além disso, para aproximar o público desses gigantes do mar, o ponto de apoio que funciona no Museu Náutico da Bahia, no Farol da Barra, está com uma nova exposição. Chamada “Salvador das Baleias”, aborda a biologia das jubartes, seus comportamentos e a longa relação entre esses animais e a capital baiana. Os ingressos custam de R$ 7,50 a R$ 20, em exibição de 14 de julho até outubro.

Para quem deseja ver de perto, também existe a opção do turismo de observação embarcado. Com o apoio da Prefeitura de Salvador, o Projeto Baleia Jubarte vem impulsionando esse tipo de experiência, por meio de passeios organizados por operadoras parceiras, como a SharkDive e a Apolônio Turismo, que oferecem atividades responsáveis e educativas.

Curiosidades

Temporada de observação de baleias em Salvador 2025. Salto em frente ao Yacht Clube da Bahia. Salvador Bahia. Foto Projeto Baleia Jubarte/ Hanna Dourado.

Saltos monumentais

Agora imagine um ser que pode atingir até 16 metros de comprimento e pesar cerca de 40 toneladas saltando bem na sua frente durante um passeio de barco. Em um salto completo, a jubarte pode projetar mais de dois terços do corpo para fora da água. Outro fato curioso é que, em grupos de fêmeas com suas crias, os saltos às vezes são sincronizados entre mãe e filhote. Saiba mais neste link.

Vários pontos do Brasil

O arquipélago de Abrolhos (litoral sul da Bahia) é um dos berçários mais importantes da espécie. As jubartes também escolhem locais no Espírito Santo e no Rio de Janeiro para ter os filhotes. Por isso, podem ser avistadas em pontos como Vitória (ES), Arraial do Cabo (RJ), Praia do Forte e Itacaré (BA).

Parceria Prefeitura de Salvador e Projeto Baleia Jubarte

Temporada de observação de baleias em Salvador 2025. Salto duplo no Farol da Barra. Salvador Bahia. Foto Projeto Baleia Jubarte/ Hanna Dourado.

O lançamento da temporada de observação de baleias 2025 em Salvador foi promovido pela Prefeitura e o Projeto Baleia Jubarte dia 15 de julho de 2025, na na sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), no Comércio. Embora o ato marque oficialmente o período para visualização dos animais, 27 espécimes foram avistados em único dia, em 14 de julho, do posto de observação localizado no Farol da Barra.

A abertura da temporada de observação dos animais é considerada pela vice-prefeita e titular da Secult, Ana Paula Matos, como importante momento econômico para a capital baiana. “Há turistas internacionais que vêm observar baleias em Salvador – nos últimos dias, recebemos um grupo de 40 deles. Essa visita possibilita intercâmbio de conhecimento, ocupação de hotéis, utilização dos nossos pacotes turísticos, movimentação de uma economia que pulsa”, detalhou a titular da pasta.

Ana Paula fez questão ainda de destacar as potencialidades da capital baiana. “É linda desde a sua composição geológica, dividida entre as cidades Alta e Baixa, tem a segunda maior baía do mundo e 64 quilômetros de costa de orla. Uma história maravilhosa, povo amoroso, e somos patrimônio cultural da humanidade. Temos tudo, inclusive um turismo náutico potente que melhora nossa economia, amplia a receita da nossa capital, através de algumas estratégias que temos desenvolvido”, pontuou.

Fortalecimento do turismo – Presente no evento, a titular da Secretaria do Mar (Semar), Maria Eduarda Lomanto, aposta no crescimento do número de visualizações de baleias nessa temporada. “Mais um ano de parceria com o projeto Baleia Jubarte, uma iniciativa respeitada mundialmente. Nossa expectativa é que venham mais animais e possamos fortalecer ainda mais nosso turismo náutico. Temos trabalhado para oferecer uma experiência turística única. Já oferecemos em Salvador vivências na parte cultural, arquitetônica, no turismo religioso, e agora estamos fortalecendo nosso turismo ambiental”, considera.

Dentre as ações de fomento ao turismo náutico realizadas pela Semar, a titular da pasta destacou a Oficina de Boas Práticas e Turismo de Observação de Baleias e outros Cetáceos promovida no último dia 9. “Foi um curso para os profissionais que conhecem o ecossistema, que abordou temas fundamentais para a preservação e o turismo responsável com cetáceos”, relembrou. Além da capacitação, Maria Eduarda reforçou a distribuição de cartilhas sobre o turismo de observação de baleias que tem sido realizada nas marinas da cidade.

O diretor de Turismo de Salvador, Gegê Magalhães, chamou a atenção para a riqueza da Baía de Todos-os-Santos. “É o segundo maior ecossistema marítimo do mundo. E as baleias escolhem a nossa Baía de Todos-os-Santos para o acasalamento e a gestação. Então, além dessa beleza toda que temos, há um aconchego de a gente receber as baleias. Isso é muito importante para o nosso turismo sustentável”, pontuou.

Temporada de observação de baleias em Salvador 2025. Golfinhos acompanham o passeio. Salvador Bahia. Foto Projeto Baleia Jubarte/ Hanna Dourado.

Ações transversalizadas – Com relação às ações de incentivo ao turismo de observação, Magalhães destaca a política pública interligada que envolve as secretarias de Turismo (Secult), do Mar (Semar), de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis) e Educação (Smed). “Temos feito estudos através do Parque Marinho, trabalhando em toda a parte de preservação. Além disso, temos uma importante parceria com o Projeto Jubarte, levando ensinamentos para as crianças do ensino fundamental. Promovemos visitas, trazemos as crianças das nossas escolas para conhecer o projeto, conhecer a importância da preservação. Se eles são sensibilizados na infância e adolescência, vão se tornar adultos responsáveis. Então, a gestão pública olha sensivelmente todo processo, que vai desde a sensibilização, passando pelas pesquisas científicas até o fomento do turismo. Então, realmente é um olhar de desenvolvimento econômico e sustentável”, assinalou.

O titular da Secis, Ivan Euler, comentou sobre a grandiosidade do animal para o ecossistema mundial. “As baleias são os maiores mamíferos aquáticos do planeta. É uma dádiva Salvador ser a capital da Amazônia Azul e ter as baleias aqui nesse período”, comentou. Ao abordar o viés da sustentabilidade ambiental, o gestor destacou o papel fundamental dos cetáceos para o meio ambiente. “Podemos dizer que são os grandes pulmões do planeta. Elas captam gás carbônico ao longo da sua vida e depois quando morrem levam o gás para o fundo do mar”, relatou.

Um dos integrantes da mesa de debates, Enrico Marcovaldi, vice-presidente e cofundador do Projeto Baleia Jubarte, ressaltou a importância de iniciativas que preservem o ambiente marinho, e consequentemente, possibilitem o aumento do número de baleias visitantes. “A tendência é sempre termos um número maior de animais, se compararmos ao ano anterior. Estamos acompanhando mais de 35 mil jubartes que percorrem o litoral do Brasil, e Salvador é uma das regiões que têm esse privilégio de recebê-las em suas águas”, avaliou.

Segundo ele, as ações de fomento ao turismo de observação ajudam bastante para preservação do espécime. “Com agregação do valor econômico das baleias, reduzimos o risco do retorno à caça. É importante lembrar que esse crescimento das baleias em nossa costa se deve muito à proibição da caça, entre 1986 e 1987. E desde aquela época que elas, vindas da Antártica, buscam nossas águas como áreas de reprodução, por serem mais quentes e rasas, ideais para o acasalamento e o nascimento dos filhotes”, explicou Marcovaldi.

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