Conheça 06 talentos femininos do atual cenário musical de Salvador

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Mulheres baianas que vêm crescendo e inovando na música nacional

A Bahia é um notório expoente musical, marcada por sua diversidade de ritmos e influências. Daqui, surgem novas experimentações sonoras vindas da fusão de muitas referências, o que pode ser uma das explicações para os múltiplos gêneros, estilos e modos de fazer música.

A música do coração do Brasil também é marcada pela potência feminina, e não para de trazer novos nomes para a cena. O Visit Salvador da Bahia te convida a conhecer seis mulheres que vêm chamando atenção pela inovação. Suas criações audiovisuais são uma mistura de pop, pagode baiano com trap (pagotrap), R&B, MPB, entre outros. Deixe-se levar pelas criações das artistas Melly, Maya, Lívia Nery, Nêssa, Cronista do Morro e Suja dFato. Mais do que uma lista para ouvir e dançar, este é um grupo de criadoras que vêm se envolvendo em projetos interessantes, de sororidade e conexão.

Melly

Novo talento do R&B baiano

Melly. Salvador Bahia. Foto Divulgação.

Com apenas 20 anos, Melly já se destaca entre os novos nomes da música baiana por suas composições e voz marcante. Seu primeiro EP “Azul”, elogiadíssimo pela crítica especializada, tem quatro faixas autorais e une o gênero norte-americano com as batidas da musicalidade baiana. Melly migrou do R&B já estabelecido e criou seu próprio estilo. Além das influências do jazz, blues e soul, o seu trabalho bebe na fonte das células musicais do samba-reggae, trap, pagodão, do toque Ijexá e percussivo característicos da Bahia.

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As músicas “Azul”, “Luv”, “Feriado” e “Barril” contam histórias sobre a origem, os afetos e momentos vividos pela artista. A música “Azul”, por exemplo, é como uma explosão de sensações. Ela faz parte da trilha sonora do primeiro episódio da websérie Donas do Sabor, lançada pelo Visit Salvador da Bahia, onde o protagonismo de mulheres chefs e donas de restaurantes em Salvador estão em destaque. Outras artistas que também fazem parte da websérie são Lívia Nery e Maya.

“Acredito que seja importantíssimo que projetos como este (Festival Donas do Sabor), que visam disseminar e apoiar o trabalho de mulheres no ramo do empreendedorismo, se multipliquem. É necessário entender que a representatividade interpreta um papel de protagonismo quando se trata da mudança do pensamento geral, e ter minha música como trilha para um trabalho desta magnitude é imensurável para mim”, explica Melly.

As músicas “Azul” e “Nêga” estão presentes nos EP01 e EP03 do Festival Donas do Sabor. Assista.

Melly acaba de lançar também o single “FEELS”, que faz parte do projeto “Proteja Os Seus Sonhos, Vol. 2”, e a música é uma parceria com o cantor carioca Lukinhas. Em novembro, Melly fez uma participação juntamente com o duo paulista Deekapz na primeira edição do Afropunk realizado em Salvador, na Bahia. Na ocasião, ela cantou “Azul”, canção/single principal do EP lançado em 2021.

Dona de uma voz potente e marcante, a cantora Melly apresenta composições maduras, e tem uma forte opinião sobre os rumos da cena musical baiana.

“Diversos nomes femininos promissores estão se destacando, a exemplo das artistas: Rachel Reis, Nêssa, Sued Nunes, Duquesa, Cronista, entre outras. Acredito que as mudanças e interpretações diferentes que estão sendo dadas à música baiana têm capacidade para transformar o antigo cenário”, aponta.

Melly também participou da música “Então volta”, do cantor e compositor Saulo Fernandes, uma canção produzida por Jackson Almeida e Luã Almeida. Lançado em janeiro de 2022, este é o primeiro single que apresenta o novo disco de Saulo, intitulado “AETD – Agora É Tempo De Mais ou Demais”.

O mais recente projeto de Melly foi a regravação da música “Na Bahia Aiá”, composição de Durval Lelys e Ubajara Carvalho, que acaba de ganhar uma nova sonoridade nas vozes dela e de Adelmo Casé. Este é o primeiro clipe gravado na Cidade da Música da Bahia.

Maya

Sinta esse groove

Maya. Salvador Bahia. Foto Divulgação

Maya é uma cantora e compositora pop soteropolitana, nascida e criada no subúrbio ferroviário de Salvador, que tem influências da Black Music mescladas às suas referências em levadas do R&B e do Trap com groove baiano. A cantora, que foi uma das revelações do Sofar Sounds em agosto de 2019, possui discurso forte sobre suas vivências como mulher preta, contextualizando uma poética urbana e afro diaspórica.

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Maya é uma das artistas a ter seu trabalho na Cidade da Música da Bahia, equipamento cultural dentro de um emblemático casarão, na região do Comércio. Mais do que um museu e seu brilhante acervo, é um espaço vivo, democrático, de inovação, que vai contribuir na produção cultural do estado.

“Eu senti que estava no caminho certo. Diante das adversidades, é muito difícil se manter motivada, principalmente por eu ser uma artista, de fato, independente, mulher preta e estudante de universidade pública… fazer arte é quase que fazer malabarismo pra mim e para muitas mulheres que estão na mesma perspectiva que eu. Então, quando eu me vejo num museu, enquanto artista da música da minha terra, eu me sinto muito honrada e feliz, uma felicidade imensurável, pois é uma forma de ’validar‘ meu trabalho, e eternizar a minha arte num museu da maior cidade negra fora da África, a cidade da mistura de gêneros, tão diversa. É um orgulho imenso”, explica.

Lívia Nery

Experimentações sonoras

Lívia Nery. Salvador Bahia. Foto Lu Helena

Instrumentista, cantora, compositora e produtora baiana, Lívia Nery lançou, em 2017, seu primeiro ep, “vulcanidades”, uma produção assinada por ela e Rafa Dias (Àttøøxxá), o que lhe rendeu o prêmio de melhor intérprete feminina do Prêmio Caymmi. Com seu cruzamento de música urbana com o cancioneiro brasileiro, já mergulhou em laboratórios e investigações em projetos como PULSO – uma residência artística na Red Bull Station – e super violão mashup – assumindo, ao vivo, a manipulação eletrônica de um violão em projeto no oi futuro.

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Em 2019, lançou o álbum “Estranha Melodia”, produzido por ela ao lado de Curumim. Trata-se do primeiro lançamento do selo Máquina de Louco, do pessoal do BaianaSystem. Em termos sonoros, Estranha Melodia mescla MPB e pop através de recursos eletrônicos construídos de forma orgânica. No palco, já esteve em importantes festivais como Coquetel Molotov, Festival Radioca, passou pelo Circo Voador (RJ), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e São Paulo (SP).

“Eu espero que, no futuro breve, as mulheres estejam ainda mais presentes em diversos espaços da cadeia produtiva da música, como técnicas, instrumentistas, compositoras, produtoras musicais, empresárias, mulheres sendo headline de eventos. Existe algo sobre uma mulher quebrar a barreira do machismo e entrar num espaço predominantemente masculino que só nós entendemos. (…) Por isso, é importante a gente chegar e afirmar sem medo que somos fodas e capazes de fazer qualquer trabalho”, afirma Lívia Nery.

Salvador tem na música uma de suas principais manifestações culturais. Para Lívia Nery, ter um museu que utiliza alta tecnologia e reúne toda essa sonoridade em um único lugar, como a Cidade da Música da Bahia é de extrema importância:

“Infelizmente ainda não consegui visitar o museu, pois minha filha nasceu no período em que ele foi inaugurado. Mas me alegrou muito saber que eu faria parte deste lugar, que foi pensado de forma tão cuidadosa e criativa para abarcar a diversidade e riqueza musical da nossa cidade. Quem mora ou vem a Salvador sabe o quanto essa cidade transpira música, e um museu dedicado a isso era mais do que necessário. É saber que a cidade se importa com sua memória musical, seu passado, seu presente, e, assim, abre espaço para um futuro mais consciente da nossa grandeza criativa”.

Cronista do Morro

Revelação do hip hop baiano

Cronista do Morro. Salvador bahia. Foto Caio Lirio.

A cantora e compositora Aila Medeiros Dantas, a Cronista do Morro, tem força e segurança nas palavras de suas músicas. Um som impactante, contemporâneo, forte, com rimas agressivas. Seus versos falam sobre a luta pela liberdade, pela sobrevivência e impactam nossos ouvidos na primeira audição.

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Com influências da MPB, do Soul e do rap de Kamila CDD, Racionais MC e MV Bill, ela merece o título de “Revelação do hip hop baiano”. No começo de 2021, assinou contrato com a Produtora Isé, e começou uma série de lançamentos que prometem surpreender a cena nacional. A Isé é selo responsável por nomes como Àttooxxá, Afrocidade e OQuadro.

Nêssa

A Hit Maker

A cantora, compositora, ilustradora e designer Nêssa já conquistou muitos artistas pelo talento e pela capacidade de adaptação musical. Suas influências vêm do rock, trap, pagode eletrônico e também do samba. Em 2017, ela estourou na cena musical soteropolitana com o primeiro single e clipe autoral “Só Vem”, e, de lá para cá, emplacou hit atrás de hit!

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Nêssa tem trabalhos em parceria com outros artistas como Yan Cloud, a drag Nininha Problemática, ÀTTØØXXÁ, Zamba e Cronista do Morro. No carnaval de Salvador, tem uma lista intensa de apresentações, onde já dividiu o palco com artistas como Pabllo Vittar e Psirico. Então, corra para onhece-la! Nêssa não para de produzir.

Suja dFato

Multiartista e realizadora

Suja dFato. Salvador Bahia. Foto Vulgo JR.

Cantora, compositora, modelo, produtora cultural, pedagoga em formação, MC, poeta, grafiteira e muito mais, Suja dFato é uma multiartista da cidade de Salvador. Nascida e criada no São Caetano, conhecida na cena soteropolitana por seus versos e flows marcantes, tem “Bola 8 Freestyle” e “Baller”, como seus trabalhos mais recentes. Suja é uma artista extremamente versátil e seu repertório passeia por várias das vertentes musicais que influenciam a artista.

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Ela é a realizadora de eventos como a Mostra Salcity na UNEB, sendo idealizadora e mestre de cerimônias da Batalha das Bruxa – a primeira batalha de rimas articulada e organizada por e para mulheres na cidade. O projeto deu palco e espaço a outras mulheres, e, em 2019, foi a primeira batalha a qualificar 4 MCs mulheres de uma só vez para as classificatórias do Nacional.

Nos anos de 2017 e 2018, Suja fez parte do “Coletivo Vira-Lata”, onde realizou as primeiras edições da Batalha das Bruxa, primeiros shows, e lançou suas primeiras produções, como “VIGIA (feat. Delarua)”, produzido no “Estúdio Terror da Leste”. Também nesse período, fez parte dos selos “Lápide Records” e “OtraFita”. Desde 2019, Suja apresenta seu show solo em diversos formatos e em diversos eventos da cidade, como o “Lama XXI”, “Macaco Gordo Ao Vivo + Bombar”, “Paulilo Convida”, “BAILE ORUN”, entre outros.