Marco da arquitetura em ferro na Bahia no final do século XIX
Foto: Igor Santos/Secom
Após mais de 60 anos, um dos equipamentos públicos históricos de Salvador voltou a funcionar. O Elevador do Taboão, responsável por fazer a ligação entre o Pelourinho e o Comércio, passou por obras de revitalização promovidas pela Prefeitura e, agora, se junta a outras opções de transporte disponíveis a soteropolitanos e turistas que se deslocam entre as cidades Baixa e Alta, como o Elevador Lacerda, planos inclinados Liberdade/Calçada, Gonçalves e Pilar.
O equipamento fica aberto de segunda a sexta-feira e terá o funcionamento gratuito por período indeterminado. A capacidade do elevador é de até 14 pessoas por viagem, mas devido à pandemia, serão transportadas, no máximo, oito pessoas por viagem.
Inaugurado em 19 de janeiro de 1896 pela companhia Linha Circular de Carris da Bahia, o Elevador do Taboão, assim como o Lacerda, foi símbolo da modernização e marco da arquitetura em ferro na Bahia no final do século XIX. O equipamento foi inserido em um projeto de melhorias urbanas em Salvador durante o segundo mandato de Antônio Gonçalves Martins (entre 1868 a 1871), o Barão de São Lourenço.
De acordo com registros divulgados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os dois ascensores não significaram apenas uma simples importação tecnológica – o maquinário foi construído na Inglaterra, na oficina de W.G. Armstrong de New Castle, a mesma que forneceu para o Elevador Lacerda -, mas uma adaptação de concepções de transportes verticais prediais europeus às condições geográficas baianas, assim como uma inovação no modelo urbano encravado na rocha.
Além disso, a engenharia e arquitetura que compõem o ascensor do Taboão marcaram época. As suas torres foram construídas com réguas de ferro chumbado cruzadas, com desenhos simétricos em forma de curva ou parábola.
O Elevador Taboão chegou a ser conhecido na cidade como “A Balança” e teve grande importância, ligando locais de moradia e de trabalho, oferecendo maior rapidez e facilitando a circulação da população. Funcionava diariamente, das 6h às 11h, custando 100 réis a passagem. As operações duraram 65 anos até que a desativação ocorresse, em 1959, num processo que deu início à degradação do ascensor.