Salvador por Preta Gil

Salvador - Bahia
6 horas - 9hs
Roteiros
Preta Gil. Foto: Alex Santana
Orla da Ribeira. Foto: Fábio Marconi
Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Foto: Fábio Marconi
Porto da Barra. Foto: Fábio Marconi
Elevador Lacerda
Pelourinho. Foto: Fábio Marconi
Preta Gil em 2017 em Salvador. Bloco da Preta! Foto: Felipe Panfili / Divulgação

Perguntamos para algumas pessoas apaixonadas por Salvador o que seria imperdível fazer na cidade nesta época de verão e de festas!!!

Entre os convidados, estão produtores, agitadores culturais, influenciadores digitais e artistas. Eles vão te pegar pela mão e te levar para um passeio com a cara deles.

Neste aqui, quem te leva para um dia perfeito em SSA é Preta Gil! Essa carioca-baiana relembra os dias de infância que viu o início da formação do carnaval até os dias de hoje. Ela conta com carinho sua relação com a cidade e com os diversos símbolos que definem a Bahia, com orgulho das suas raízes desse que é um caldeirão musical e cultural! Vá com ela em seu cortejo por aí…

Carnaval é conexão de energias!

“…Eu, Preta, se fosse turista e chegasse em Salvador? Primeira coisa que todo mundo faz quando chega em Salvador é ir à Igreja do Bonfim…”.

“…Ah, carnaval é uma festa profana? Não, carnaval é uma das festas mais espirituais, mais conectadas com tudo o que eu acredito ter de energia boa. Então, ir ao Bonfim é básico para você conhecer um pouco da cidade, para conhecer um ícone da Bahia (não só de Salvador)…”

Bonfim & Ribeira & Ponta do Humaitá & Igreja de Nossa Senha de Bom Jesus dos Navegantes & Porto da Barra!

A magnitude da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim. Foto: Fábio Marconi

“…E aí você passa no Bonfim, pede a bênção, tira sua foto, vai à Ribeira, toma um sorvete. Se você puder, curta alguma das praias. A gente tem praias lindas em Salvador. Eu vou ao Bonfim, à Ribeira, volto, passa na Ponta do Humaitá, vejo a cidade de outro ângulo, sempre passo na Igreja de Nossa Senhora de Bom Jesus dos Navegantes, que é linda. Passo no Porto da Barra, tomo um banho, que é algo que eu acho que vale muito. E no Carnaval, o Porto da Barra está do mesmo jeito, nem mais cheio nem mais vazio. As pessoas que costumam ir durante o ano continuam indo no carnaval. Dar um mergulho no Porto da Barra é algo revitalizante no Carnaval…”

O Elo de todo esse axé!

Ritual religioso durante a lavagem da escadaria da igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Foto: Fábio Marconi

“…E aí você vai ao seu restaurante preferido ou, se quiser, você come um acarajé e vai ter a mesma qualidade porque é uma coisa que está na mão delas. Tem as famosas que todo mundo conhece, mas você não precisa se prender a isso. Se você estiver saindo do Porto da Barra e encontrar uma baiana, coma um acarajé porque o dendê é o elo de todo esse axé. A pessoa que vem a Salvador e não compreende a magnitude espiritual que essa cidade tem, ela não curte mesmo o carnaval. Se você quer se conectar de verdade com a cultura e a energia da cidade, você tem que se conectar com essa magnitude que a cidade tem. E aí vai de você…”

“…Se quiser conhecer um terreiro de candomblé, receber um passe, uma bênção, vá ao Gantois, que todos os dias está aberto à visitação. Existe um museu ali que tem toda a história do terreiro… a gente não pode esquecer que a Bahia, Salvador é um pedaço da África. Salvador é uma diáspora muito fundamental e tem certas coisas que a gente não pode desconectar da cidade. Então, a religiosidade, o sincretismo religioso, a africanidade, a negritude da cidade são coisas que você como visitante deve, no mínimo, respeitar, se não absorver e olhar, e entender. Você não está vindo para um lugar qualquer. É um carnaval que representa tudo isso. São anos de resistência, de luta – e ainda temos muito o que lutar – mas esta é uma cidade negra e isso é algo que a gente não pode esquecer durante o Carnaval…”

Pelourinho, potência cultural da cidade!

Foto: Fábio Marconi

“…Recomendo a quem vier em Salvador que vá ao Pelourinho, visite a sede do Gandhy, que é linda. Passando por ali, você vai ouvir o toque do agogô e aquilo vai te dar mais um axé, mesmo que não seja o dia em que o bloco esteja saindo. E no dia do Carnaval é lindo porque os Filhos de Gandhy vêm buscar sua fantasia ali e ali se transforma num largo de mulheres fazendo o torço na cabeça dos homens e você sente o cheiro de lavanda. E se você andar mais um pouquinho, vai chegar à sede do Olodum, e se você andar mais um pouco, vai encontrar Gerônimo. O Pelourinho é uma potência cultural da nossa cidade – e eu digo nossa porque eu me considero totalmente baiana – e acho que é importantíssimo que se vá…”

Passear na cidade é um cortejo!

“…Se tiver mais oportunidade, veja a saída do Ilê porque aquilo tudo é muito forte e é aberto para qualquer um que queira ir ao Curuzu e queira ver isso. Para mim, isso tudo é um cortejo meu, pessoal. Meu marido, casado comigo há 4 anos, me perguntava: mas você vai de novo? (risos) Ele começou a entender isso agora, que é algo que eu trago da infância…”

No carnaval…

“… eu conheço muitos visitantes que vêm a Salvador pesquisar antes quais artistas vão sair sem corda, porque a cidade vive um projeto de resgate e inovação. Praticamente todos os artistas baianos saem sem cordas. Viver o Carnaval na pipoca é uma coisa única e trocar energia com essas pessoas que você não conhece é algo transformador. A pipoca tem seu valor!”

Por Preta Gil
Cantora

A convite da Equipe de Coordenação de Conteúdo
#salvadormeucarnaval